Modernidade, tradição, cruzamentos: Algumas configurações dramatúrgicas actuais em Itália
Palavras-chave:
Estudos de Teatro, dramaturgia italiana contemporâneaResumo
A categorização aristotélica tem dominado a visão e o discurso teatral no Ocidente durante séculos, tendo sido posta em causa só em tempos relativamente recentes. O que fazia sentido na sociedade ateniense do IV século
a.C., deixou de fazer sentido noutras épocas e realidades. Esse cânone vacila definitivamente no século XIX, quando a ideologia marxista questiona a classe dominante e reivindica espaço e direitos para as classes subalternas e alternativas. No século XX a espessa rede de vasos comunicantes que tem vindo a interligar o mundo deu o golpe final. Os sistemas fechados foram e são impelidos para se tornarem sistemas abertos. O diálogo entre culturas, estéticas, tempos e métodos diversificados, espelho de possibilidades e virtualidades multíplices, bem como os inerentes transbordamentos
de fronteiras antes delimitadas e fixas, são uma evidência. Nesse sentido, emblemáticas são algumas propostas da dramaturgia italiana dos nossos dias – nomeadamente as de Dario Fo, Antonio Tarantino, Spiro Scimone,
Ascanio Celestini e Davide Enia –, consideradas a partir de conceitos como tradição e modernidade, centros e periferias, destinos e destinatários.