De estrangeiros, estrangeirados, imigrantes e proscritos. Almeida Garret e Eça de Queirós no espelho da Europa. Viagem e história social. Portugal ontem e hoje.

Resumo

Este trabalho enfoca as viagens reais e imaginárias de escritores portugueses e de personagens da literatura portuguesa. Partimos do Diário de Inglaterra, importante testemunho do período de exílio de Garrett (1823-1826) ainda no reinado de D. João VI. Seguimos ao entrecho final de Viagens na minha terra (1843-1845-1846), decorrido também na Inglaterra, quando Carlos escreve a Joaninha e conta-lhe seus amores pelas três irmãs inglesas. As duas primeiras longas entrevistas de Carlos Eduardo com Maria Eduarda, n'Os Maias (de Eça de Queirós, 1888), quando conversam sobre Portugal e depois sobre Londres e Paris, são recortadas e examinadas no segundo terço do artigo. Concluímos com uma breve reflexão sobre o filme Os Lisboetas (de Sérgio Tréfaut, 2004) e sobre uma intervençao da escritora Inês Pedrosa ocorrida em São Paulo, durante o congresso da Associação de Professores Brasileiros de Literatura Portuguesa, em 2007. Do conjunto, destacamos aas perguntas "O que somos?", "O que fomos?", "O que queremos ser?", recolocadas sempre a partir de uma tentativa de compreender também o Outro.