O Oriente na versão de Eça: conflitos e revelações

Autores

  • Maria Cristina Firmino Santos Universidade de Évora

Palavras-chave:

Orient, representação do intelectual, ambivalência narrativa, lugar comum

Resumo

Pretendeu-se, a propósito da obra de Eça de Queirós Egipto - Notas de Viagem embora não exclusivamente, primeiro acentuar a posição interessada e crítica do narrador-intérprete em relação ao Oriente quer como intelectual cosmopolita que procura ler obstinadamente no Egipto os resquícios que muitos séculos de história e cultura aí inscreveram, pese embora a desfiguração que a vida moderna e a colonização impuseram; quer como escritor que reconhece no Oriente a oportunidade de experimentar um registo inverosímil que propicia a experimentação linguística. Por seu turno, algumas das virtualidades literárias do Oriente decorrem deste ser interpretado como lugar por excelência do Outro em contraste com a civilização ocidental e, nessa medida, possibilitar a ficção idealizante de um estado sem consciência em que dominam os instintos. Finalizo sublinhando que a duplicidade inerente ao modo como as cenas de mais envolvimento são abruptamente interrompidas ou o "gongórico", registo escolhido fazem parte da estratégia de caricaturar uma visão idílica e ingénua do Oriente que Eça não perfilha.

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Publicado

2008-06-16

Como Citar

Firmino Santos, M. C. . (2008). O Oriente na versão de Eça: conflitos e revelações. Cadernos De Literatura Comparada, (18), 127–139. Obtido de https://www.ilc-cadernos.com/index.php/cadernos/article/view/724

Edição

Secção

Viagens