A Reporter Without Borders: Tennessee Williams’s Literary ‘War’ Journalism, 1928
DOI:
https://doi.org/10.21747/2183-2242/cad44a3Palavras-chave:
Tennessee Williams, o “Grande Tour, jornalismo literário, estudos de fronteira, Europa pós-guerra, jornalismo, diário de viagemResumo
Alavancando-se nos denominados estudos de fronteira (border studies), este artigo examina os dilemas epistemológicos da literatura de viagens na intersecção do jornalismo literário uma vez que uma e outro implicam o cruzamento de fronteiras físicas (geopolíticas) e conceptuais (textuais e de género). Como estudo de caso, o artigo analisa os relatos de viagem escritos pelo dramturgo norte-americano Tennessee Williams durante o seu “Grand Tour” pela Europa em 1928 quando tinha apenas dezassete anos. Trata-se de um exemplo raro do encantamento do autor com o jornalismo literário numa época em que o jornalismo designado objetivo se estabelecia como norma na imprensa. Estes escritos de viagem, publicados em dez números no jornal da escola nos meses após o seu périplo europeu, oferecem uma janela de observação não só para o futuro artístico de Williams mas também para a sua luta em distanciar o factual da representação ficcional. Confrontando tanto as suas primeiras cartas como as suas memórias mais tardias relativas a conteúdo de viagem, este artigo socorre-se de metodologias dos estudos de fronteira a fim de negociar a divisão delicada que separa o facto verificável da ficcionalização permitida no jornalismo literário.